segunda-feira

Poesia

rua Torta

andando por essa rua,
em meio ao marejo que há no meu olhar
os raios fuzilantes da lua
ensistem em denunciar
que essa menina triste
chora, chora sem parar
chora por um amor que não existe;
Ele a deixou sozinha
desiludida, sem uma boca para respirar
ela estava sufocada e pequenininha
a voz não saía e ela queria gritar,
gritar pra tristeza passar
Se funciona? Ela não sabe
ela não grita, ela não
abre o coração. E a ferida
não quer fechar, sem direção
ela vai pela rua torta
com a tristeza, ela sorri pra não se suicidar
pobre menina morta, por fora exuberante beleza
mas por dentro, tudo foi destruído com seu olhar.